No número VINTE E SEIS da revista Estudo Prévio temos a honra de publicar uma entrevista ao arquiteto Rafael Moneo, realizada aquando da sua presença no Departamento de Arquitetura da UAL como conferencista do programa de doutoramento em Arquitetura Contemporânea da UAL e que nos ofereceu uma visão sobre a sua vida, obra e percurso no ensino.
Publicamos dois artigos que resultam de investigações inéditas sobre temáticas de investigação contemporânea que se centram no continente africano: Laboratório, Livro, Obra. Jane Drew e Maxwell Fry e o início de uma arquitetura moderna nos trópicos, de José Castro Caldas e Unlearning by Doing: Research Pedagogies Through Hands-on Projects in Stjwetla, Johannesburg, de Paulo Moreira.
Mantendo a tónica no diálogo intercontinental, os arquitetos Joaquin Gak e Delia Sloneanu coordenaram o dossier “Uma ponte às futuras preexistências”. Construído a partir do diálogo entre várias gerações de arquitetos de São Paulo e do Rio de Janeiro, o dossier parte da experiência do 1° ciclo de conversas da plataforma Na Ponte para discutir, coletivamente através do contributo de vários ateliers, o conceito de Preexistência, explorando possibilidades de pensamento e projeto que dialoguem com o tempo e o espaço (geracional e diacrónico).
O dossier inicia com uma introdução de Joaquin Gak e dois textos de reflexão sobre o diálogo e posicionamento geracional, O elo que nos une, de Cristiane Muniz e “Qual nosso endereço no tempo? Notas de aproximação à prática de uma geração”, de Guido D´Elia Otero e Guilherme Pianca Moreno, entrecruzados por uma entrevista feita por Delia Sloneanu a Joaquin Gak e Diego Portas.
Em seguida, o dossier é composto por oito conjuntos de contributos: Preexistência e Abstração (Anna Juni, Enk te Winkel, Gustavo Delonero, Thiago de Almeida e Priscila Bellas; Preexistências programáticas (Alziro Carvalho Neto e Felipe Rio Branco); Preexistência e relações (Marina Panzoldo Canhadas, Carlos Zebulun e Juliana Ayako); Preexistência e peso (Rodrigo Messina, Francisco Rivas, Caio Calafate e Pedro Varella); Preexistência e recursos (Julia Peres, Vitor Garcez); Preexistência na paisagem (Denis Joelsons, Laura Rosenbusch e Gregório Rosenbusch); Preexistência efêmera (Juliana Godoy e Mariana Meneguetti) e Futuras preexistências (Marco Artigas). O dossier encerra com um posfácio de reflexão sobre futuros e diálogos possíveis, da autoria de Delia Sloneanu.
Este número inclui ainda uma recensão de Sofia Pinto Basto da obra Arquitetura Público Cidade, de Ricardo Carvalho.
“La escuela, a finales de los años 1950, seguía marcada por programas académicos en los que los vestigios del beaux-artismo todavía tenían una presencia significativa. Estos parecían enfrentarse y debatirse con una modernidad de la que, en aquel entonces, sabíamos poco. Éramos conscientes de que en otros países la modernidad arquitectónica era una realidad tangible, pero en España aún no estaba plenamente incorporada. El programa académico de la escuela era muy ecléctico.”
JOSÉ CASTRO CALDAS
“O presente artigo resulta de um interesse recuperado em torno da vida e obra dos arquitetos britânicos Jane Drew (1911–96) e Maxwell Fry (1899–1987).”
PAULO MOREIRA
“Coming to Stjwetla as an outsider from Europe raised additional dimensions of complexity, foregrounding issues around positionality, legitimacy, and expectations.”
JOAQUIN GAK
“A ideia de Preexistência atravessa a arquitetura desde sempre, porém o que resulta interessante entender, é como esta geração se debruça sobre este conceito.”
CRISTIANE MUNIZ
“O evento que aconteceu entre agosto e setembro de 2024 na Escola da Cidade, organizado pela nova plataforma Na Ponte, foi coordenado pelos arquitetos Joaquin Gak e Diego Portas e representou um momento marcante em nossa Instituição.”
DELIA SLONEANU: ENTREVISTA JOAQUIN GAK & DIEGO PORTAS
Diego Portas: “Vamos tentar definir o que é essa nova geração primeiro. Toda esta conversa nossa nasce de uma ponte, não é?”
GUIDO D’ELIA OTERO & GUILHERME PIANCA MORENO
“Essa vontade de produzir arquiteturas precisas para os seus contextos físicos parece dialogar com as pautas contemporâneas.”
ANNA JUNI, ENK TE WINKEL & GUSTAVO DELONERO + THIAGO DE ALMEIDA & PRISCILA BELLAS
“A ideia de preexistência na arquitetura pode ser compreendida na sua forma mais primordial: o instante em que a folha em branco se liberta do seu vazio impávido.”
ALZIRO CARVALHO & FELIPE RIO BRANCO
“A preexistência vista como um fio condutor que atravessa o tempo—uma ideia do fazer que antecede os programas arquitetónicos, mas que, paradoxalmente, se constrói por meio deles.”
MARINA PANZOLDO CANHADAS, CARLOS ZEBULUN & JULIANA AYAKO
“A preexistência na arquitetura pode ser compreendida como um conjunto de forças vinculantes—energias que circulam e se influenciam mutuamente antes mesmo da materialização do espaço.”
RODRIGO MESSINA, FRANCISCO RIVAS, CAIO CALAFATE & PEDRO VARELLA
“A preexistência pode ser compreendida como um ato construtivo, onde os materiais não apenas configuram a forma, mas também orientam decisões fundamentais do projeto.”
JULIA PERES & VITOR GARCEZ
“A preexistência pode ser compreendida não apenas como um dado material ou histórico, mas como uma postura política e uma condição inescapável no campo arquitetónico.”
DENIS JOELSONS, LAURA ROSENBUSCH & GREGÓRIO ROSENBUSCH
“A paisagem, antes de ser moldada pela intervenção arquitetónica, constitui um sistema dinâmico de processos e relações que conectam natureza e cultura.”
JULIANA GODOY & MARIANA MENEGUETTI
“A preexistência pode ser concebida como um estado transitório—um espaço que se reinventa, um conceito que nunca se fixa inteiramente.”
MARCO ARTIGAS
“A A preexistência pode ser concebida não apenas como um dado do passado, mas como uma construção do futuro—fragmentos que, um dia, serão ruínas e referências para novas interpretações espaciais.”
DELIA SLONEANU
“O que significa estar na ponte? Estar em movimento, atravessar, se deslocar entre duas pontas, seja física ou metaforicamente.”
SOFIA PINTO BASTO
“A Arquitetura é um ponto de vista, um olhar crítico sobre o mundo. Ricardo Carvalho, num compromisso com esta condição, opera nos limites do campo expandido da disciplina: a prática, o ensino, a teoria, a divulgação.”
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