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Paulo Moreira

investigador na Sir John Cass Faculty of Art, Architecture and Design, London Metropolitan University.
mail@paulomoreira.net

Creative Commons, licença CC BY-4.0: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Pesquisa Participativa: O caso da Chicala, Luanda, Angola

 

1. Introdução

I turned back to that night-lit city, and this time I looked and saw its neighbor. Illicit, but I did. Who hasn’t done that at times?

China Mieville, The City & The City, p.49

 

The City & The City é um livro de ficção centrada em duas cidades adjacentes, cujos moradores são proibidos de olhar para os vizinhos. Se houver contacto visual com uma pessoa, veículo ou edifício ‘estranhos’, devem imediata e obedientemente apagar esse facto da memória, caso contrário poderão ser acusados de crime.

 

Em Luanda, esta ficção torna-se realidade. Nos primeiros dias da minha viagem de investigação, em 2012, testemunhei uma reacção que se revelou bastante relevante e instrutiva em relação à metolologia da pesquisa que apresentarei neste artigo. Conheci uma jovem advogada que trabalhava na sede de um banco angolano, num novíssimo arranha-céus, na Avenida Agostinho Neto, que estende a marginal de Luanda para sul. Disse-lhe que estava a viver no bairro vizinho, conhecido como Chicala 2, e fiquei atónito com a sua postura: “Eu nem olho para esse bairro, ignoro-o. Prefiro olhar para sul e ver estes novos edifícios: esta é a  Angola onde quero viver.” Ao evitar olhar para oeste, ela não se arrependia de ser privada, por exemplo, da magnífica vista do pôr do sol nesta cidade Africana. Aceitava essa privação, desde que pudesse evitar contemplar os edifícios desagradáveis da Chicala, empilhados aos pés do oceano.

 

Ao longo dos dois meses da minha viagem, percebi que a aversão persistente aos musseques de Luanda (bairros informais), levada a cabo pela classe média-alta de urbanitas, tornou-se profundamente enraizada. Durante os meus encontros com arquitectos, urbanistas, construtorese autoridades locais, registei os argumentos utilizados contra os territórios não planeados. Estes estavam sobretudo relacionados com a “ilegalidade” das construções, situação que supostamente legitimaria a estratégia do Governo e dos agentes imobiliários de assumirem a  demolição e reconstrução de acordo com um plano oficial.

 

Tudo indica que a Chicala será substituída por um distrito financeiro e residencial moderno. O futuro de mais de 6,000 famílias que vivem neste bairro bairro central é ainda incerto – o despejo e realojamento nas colónias periféricas do Zango ou Panguila é considerado pelas autoridades locais como a solução mais provável. Esta é a contradição do progresso: agentes ligados à economia global e forças políticas são capazes de “construir e destruir” a um ritmo semelhante (Berman 1988: 60-61). O meu argumento, contudo, sustenta que as virtudes de ter trabalhadores de baixo e médio rendimento próximos do centro da cidade, em comparação com os custos de planeamento e contrução de enormes colónias de reassentamento (não mencionando o grave problema de exclusão social), são razões suficientes para a sua permanência.

 

 

 

2. Hipótese

Existirá uma forma alternativa de pensar a urbanidade, que possa integrar progressivamente as topografias  ‘formais’ e ‘informais’ de Luanda, igualmente contributivas para a história da cidade, em vez de subjugar a segunda à política neo-liberal de crescimento económico perseguida pelas autoridades angolanas e investidores estrangeiros, desde o fim da guerra civil, em 2002?

 

A minha investigação tem procurado responder a esta questão, desafiando as opiniões radicais que se recusam a reconhecer as múltiplas riquezas que prodominam nos bairros não planeados. Isto levanta algumas questões sobre as estratégias oficiais que visam apagar os musseques. Através da descodificação de um caso específico, a Chicala, o estudo apresenta a informalidade urbana como uma possibilidade coerente, merecedora do seu lugar de direito na ordem social e urbana de Luanda. Proponho uma abordagem à cidade mais justa socialmente do que a visão actualmente em vigor, que impede o desenvolvimento adequado dos musseques e os exclui dos cuidados e investimentos aplicados noutras áreas do centro da cidade.

 

3. Metodologia

Must one finally fall back into the dark space where crowds move back and forth (…). The ordinary practitioners of the city live “down below”, below the thresholds at which visibility begins. They walk – an elementary form of this experience of the city; they are walkers. (…)These practitioners make use of spaces that cannot be seen.

De Certeau, The Practice of Everyday Life, p.93

 

O programa de doutoramento na Sir John Cass Faculty of Art, Architecture & Design, London Metropolitan University, propõe um entendimento que vai além de uma abordagem “prática” ou “teórica” ao tema da pesquisa (a este respeito, difere dos métodos empregues na pesquisa arquitectónica convencional). Como é que os arquitectos actuam em contextos de conflito político ou privação social? A metodologia que tenho seguido na minha investigação relaciona aspectos da disciplina de arquitectura com a abundância de situações características de outras áreas.

 

A metodologia baseia-se num quadro pós-colonial que lê a cidade como um território híbrido, um lugar onde topografias planeadas e não planeadas coexistem num ambiente de reciprocidade. Esta pesquisa concede especial atenção à heterogeneidade da própria sociedade, tornando termos e métodos das ciências sociais relevantes para a análise arquitectónica da Chicala e Luanda (Jacobs 1961: 154). De modo geral, o quadro epistemológico da pesquisa situa-se na esfera do conhecimento prático.1 Esta abordagem tomou forma de duas maneiras.

 

Em primeiro lugar, há uma troca entre o observador e os fenómenos observados. Vivi na Chicala, acolhido por residentes locais, por periodos de 1 a 2 meses desde 2010. Este contacto directo com os hábitos e costumes da família de acolhimento e os seus vizinhos, deixou claro que a ordem social resulta de uma negociação constante entre o privado e o colectivo, entre biografia e história.2 A história da casa é o resultado da história da família que é, por sua vez, recíproca da história do bairro, e assim por diante. Como Aldo van Eyck disse, “uma cidade não é uma cidade a menos que seja também uma enorme casa – uma casa é uma casa só se for também uma cidade pequena” (van Eyck 1999: 49).

 

 

A segunda dimensão da minha abordagem metodológica baseia-se no ideal do trabalho de campo construído em colaboração. Tenho estado a trabalhar com quarto escolas de arquitectura de Luanda, desde 2011.3 Mais de 120 estudantes locais e 250 moradores têm participado em workshops de recolha de dados e projectos de ideias. As metodologias postas em prática têm procurado atribuir a todos os interessados umpapel a desempenhar: os moradores que consentem descrever as suas vidas e mostrar-nos as suas casas; os estudantes que criam empatia com as pessoas e documentam os seus testemunhos. A solidariedade fomentada entre cidadãos e instituições da Chicala e não-Chicala, parece ter gerado uma promessa de simbiose entre o bairro e a cidade.

 

 

4. Trabalho de campo

Os inquéritos no local têm contribuído para identificar estruturas subjacentes ao tecido complexo do bairro, assim como elucidar sobre a demografia da população, as suas condições de vida, os seus locais de encontro e rotinas diárias. O material recolhido tem ajudado à formulação de ideias sobre possibilidades alternativas de viver na cidade.

 

Esta abordagem ‘bottom-up’ representa uma nova estratégia de projecto/pesquisa, no contexto de Luanda. Mas tem sido um processo lento. Dada a natureza do contexto em estudo, preparar o trabalho de campo é um procedimento complexo, tanto ao nível da Universidade como da política local. São necessárias autorizações para a realização de entrevistas com o cidadão comum, assim como para o levantamento de edifícios (através de desenho, fotografia ou vídeo). A quantidade de tempo dispendido a obter essas autorizações pode ser tão longa quanto a duração do estudo no terreno propriamente dito. São procedimentos burocráticos árduos, mas imprescindíveis. No entanto, mesmo obtendo tais autorizações oficiais, não estão garantidas facilidades. É preciso estar-se preparado para uma certa dose de espontaneidade e incomensurabilidade.

 

Por exemplo: se uma máquina fotográfica está voltada para um edifício governamental, mesmo estando este em segundo plano, pode ser necessário explicar as intenções a um polícia.4 Se uma equipa de estudantes inadvertidamente estuda uma área diferente do combinado, a informação obtida deve, contudo, ser considerada relevante e usada. A adaptação torna-se um método de pesquisa em si mesma. Charles Keil chamou a estes acasos da investigação “discrepâncias participativas” (Keil 1994 [1987]: 96). Quando os participantes executam as suas tarefas com uma coordenação absolutamente metronómica, a consequente perda de autonomia pode tornar-se desumanizante. Pelo contrário, quando as descobertas da pesquisa são definidas e negociadas pelos próprios participantes (estudantes ou residentes), o seu envolvimento torna-se visível. Esta é a natureza da praxis: um exercício de escolhas, a base para uma cidade democrática.5

 

A interpretação das “discrepâncias participativas” é uma resposta natural. Os dados podem parecer errados ou incompletos, mas a arquitectura não é simplesmente uma questão de talento ou experiência; envolve solidariedade e interacção com os nossos concidadãos. Ao desenvolver esta investigação, as “discrepâncias participativas” tornaram-se uma ferramenta metodológica, uma fonte de conhecimento, a base para uma pesquisa verdadeiramente participativa. Além disso, qualquer tentativa de converter uma topografia urbana rica, como esta, em dados exaustivos, analíticos, é um absurdo.

 

 

 

5. Descobertas

O estudo da Chicala confirma a afirmação de Jennifer Robinson: “em contextos mais pobres, muito do urbanismo contemporâneo é promulgado” (Robinson 2006: 86). As pessoas têm o seu próprio modo de estar no mundo, sem necessariamente seguir o que os urbanistas reconhecem como “trilhos desejáveis” (Wright 2009: 14). A Chicala não foi planeada de acordo com planos oficiais ou elevados padrões de construção. No entanto, é um bairro promissor em termos funcionais. Acredito que o estudo deste local pode ajudar a compreender a informalidade no contexto de Luanda. Se conseguirmos olhar atentamente, bem de perto, podemos compreender cada recurso como um microcosmo de um contínuo urbano bem mais alargado (Berman 1988: 196,197).

 

 

Por exemplo, a proliferação de igrejas pertencentes a diferentes religiões é representativa da multiculturalidade da Chicala. O trabalho de campo realizado em 2011 e 2012 identificou 14 religiões e 10 igrejas no território, um número elevado para um ambiente urbano relativamente confinado e, aparentemente, socialmente coeso. 42% da população é católica, embora não existam igrejas católicas no bairro – os fiéis deslocam-se para a Praia do Bispo ou para a Baixa. Por outro lado, a igreja-matriz de devotos da Igreja Apostólica e Profética RHEMA, em Luanda, está localizada na Chicala 2. 60% dos 300 fiéis que frequentam semanalmente este complexo, não reside no bairro. O mesmo acontece com as zonas de trabalho ou estudo: mais de metade dos moradores da Chicala deslocam-se diariamente para o centro da cidade ou os seus arredores. Estes factos ajudam a sublinhar o diálogo existente entre a Chicala e Luanda, em ambos os sentidos.

 

 

As infra-estruturas e os serviços podem ser muito reveladores. O abastecimento de água da Chicala é por feito por: a) água canalizada oficial; b) tanques fixos; c) depósitos móveis. Os tanques e depósitos são abastecidos no mercado informal por 20-30 dólares/metro cúbico, sendo a água canalizada muito mais barata, 30 cêntimos/metro cúbico. Apesar das zonas conhecidas como Chicala 2 e Chicala 3 não terem acesso a água canalizada, na campanha eleitoral de 2012 a maioria tinha um sinal da EPAL, uma promessa eleitoral que anunciava a ligação das casas à rede de Luanda. Este é um momento importante – o direito de voto da população exerce uma influência significativa sobre a política. Portanto, as melhoramentos são possíveis, se os governantes estiverem suficientemente interessados.

 

6. Conclusão

Esta investigação vai dar origem a uma espécie de manual de práticas participativas aplicadas ao estudo urbano de Luanda pós-colonial, inspirando-se no que Jane Jacobs chamou Arquitectura Social: “quando há pouco dinheiro para se gastar em arquitectura, então uma maior imaginação arquitectónica é necessária. A inspiração para edifícios modestos e imagens de cariz social virão (…) da cidade ao nosso redor, de edifícios e espaços modestos com suplementos simbólicos.” (Jacobs 1961: 155).

 

Parte da estratégia de legitimação do projecto tem consistido em apresentar estes métodos de investigação a instituições que desconhecem – ou resistem – à existência da Chicala e aos musseques em geral. Recordo, por vezes, as palavras de Teddy Cruz a exaltar a dimensão social da nossa profissão: “nós, como artistas e arquitectos, podemos ser os tradutores do conhecimento ético, da inteligência prática embebida nessas comunidades.”6 Em 2012, no fim da minha viagem de campo, organizei uma festa, uma cerimónia pública, num dos locais mais emblemáticos de Luanda. A cidade foi convidada a celebrar a cultura da Chicala através de música, exposições, capoeira, cinema e performance.

 

O evento gerou muito interesse, cerca de meio milhar de pessoas estiveram presentes. Gosto de ver esta ocasião  como uma espécie de ‘dispositivo’ que exemplifica como os arquitectos podem contribuir para o desenvolvimento da ‘memória colectiva’ de um lugar. Ao homenagear os participantes no projecto e a cultura da Chicala, num dos principais teatros de Luanda (Elinga Teatro), fiz com que muitos que eventualmente evitariam olhar para o bairro, vissem quem são os seus habitantes – e aplaudissem o que fazem. Este foi, espero, um pequeno passo em direcção ao total reconhecimento.

 

 

 

Notas

1 Para uma compreensão filosófica do ‘conhecimento prático’, ver Gadamer, Hans-Georg, Reason in the Age of Science, Cambridge, Massachusetts: MIT Press, 1982 [1981]. Gadamer explora o tema nos ensaios “What is practice? The Conditions of Social Reason e Hermeneutics as Practical Philosophy and Hermeneutics as a Theoretical and Practical Task”.

 

2 ver Mills, C. Wright, The Sociological Imagination, New York: Oxford University Press, 1959

 

3 Mais precisamente, colaborei com: Departamento de Arquitetura, Universidade Agostinho Neto; Núcleo de Estudo das Artes, Arquitetura, Urbanismo e Design, Universidade Lusíada de Angola; Núcleo de Estudos Arquitetónicos, Instituto Superior Politécnico Metropolitano de Angola e Departamento de Arquitetura,Universidade Metodista de Angola.

 

4 Devido à sua proximidade com o centro politico-administrativo, a guarda presidencial faz rusgas diárias às ruas da Chicala.

 

5 ver Carl, Peter, Praxis: Horizons of Involvement, in Common Ground: A Critical Reader, Chipperfield, David et al (eds.), Marsilio Editori: Venice, 2012. pp.67-81

 

6 Teddy Cruz no Creative Time Summit: Revolutions in Public Practice, New York October 24, 2009. http://www.youtube.com/watch?v=GhKusHz9J-w (visto em 19.10.2012)

 

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Imagens

1 Planta: Chicala e Envolvente. Desenho de Paulo Moreira, com Lara Ferreira. Maio 2012

2 Colónia de Reassentamento do Panguila, subúrbios de Luanda. Fotografia de Paulo Moreira, Maio 2012

3 Palanta da Casa/Árvore da Familia. Desenho de Paulo Moreira, 2011.

4 Workshop de Arquitetura Social, Chicala, Luanda. Fotografia de Willian Fernandes, agosto 2011.

5 Trabalho de campo na Chicala, Luanda. Fotografia de Paulino Damião, agosto 2011.

6 Trabalho de campo na Chicala, Luanda. Fotografia de Paulino Damião, maio 2012.

7 Igreja RHEMA na Chicala. Fotografia de Willian Fernandes, maio 2012.

8 Sinais da EDEL e EPAL. Fotografia de Paulino Damião, maio 2012.

9 “Noite da Chicala”. Cartaz de Paulo Moreira com foto de Paulino Damião, junho 2012.

10 “Noite da Chicala”: Paulo Moreira a distribuir diplomas a participantes do workshop. Foto de Paulino Damião, junho 2012.