Nuno Pires Soares
(1958) docente da Faculade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa desde 1985. Área de docência e de investigação, Geografia Urbana e Cartografia Temática.
Resumo
O termo “bairro” tem vindo a ganhar importância no imaginário coletivo nos últimos anos. Em Lisboa é possível encontrar aproximadamente mais de cem lugares que genericamente se designam por “bairro”. Em muitos desses lugares a designação de bairro e de lugar, no sentido estrito de topónimo, confunde-se e sobrepõe-se.
A presente proposta de tipificação dos bairros lisboetas apoia-se na leitura da paisagem associada à investigação histórico-urbanística. Assim, são identificados e classificados essencialmente espaços relativamente homogéneos de diferentes tipologias e época. Concentrámos a nossa atenção essencialmente nos aspetos físicos e visíveis desses lugares.
Palavras Chaves: Lisboa; Bairros; Morfologia Urbana.
Nuno Pires Soares, e-Geo Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional, FCSH, UNL
Tipologia de Bairro(s) em Lisboa
Notas prévias
A noção de bairro surge muito cedo na história individual de cada um de nós. A sua definição começa com as primeiras experiências de exploração do espaço exterior na proximidade da casa onde se vive. Vão-se conhecendo as ruas e os lugares mais próximos, na companhia de alguém mais velho, nas pequenas deslocações para compras, idas ao café ou ao jardim.
Assim se vai construindo o “lugar mental” no centro do qual está a casa onde se vive e a partir da qual se vai construindo o mundo da infância. O bairro é, evidentemente, uma dessas etapas de construção e aprendizagem do espaço que se vai descobrindo.
Esta construção espacial, sendo realizada na infância, acompanha os indivíduos ao longo da vida e mistura-se naturalmente com a imagem de um passado pueril de felicidade, de satisfação e de bem-estar. Ou seja a nostalgia da felicidade de um lugar que já não existe pois as pessoas desse lugar já não são as mesmas, ou porque os espaços físicos mudaram entretanto, ou porque passados alguns anos vê-se e interpreta-se esse espaço de uma forma naturalmente diferente.
Todos temos o nosso bairro de infância, um espaço que hoje idealizamos como um espaço de segurança e de interconhecimento onde se foi mais ou menos feliz. E quando voltamos a falar de bairro volta-se a pensar em lugar de memórias, em felicidade, em proteção. O bairro será, seguramente, um lugar com o qual nos podemos identificar no caso de este nos promover socialmente ou, o lugar que preferimos omitir no caso inverso. Hoje a pertença a um lugar no quadro físico da grande metrópole ganha importância, face à escala local que nos diferencia no quadro da uniformidade da globalização contemporânea.
Na grande cidade atual os filhos nascem em espaços sem história, espaços com os quais os pais só muito superficialmente se identificam. Contudo os filhos estão a construir os seus bairros, que mais tarde também serão recordados e reconstruídos. Se os pais ainda se sentem novos residentes desses espaços sem memória, os filhos já são verdadeiros autóctones e talvez um dia venham a escrever “… no meu bairro … o que nós brincávamos, nesse tempo”.
A atual relevância do bairro no quadro da reflexão sobre o espaço urbano prende-se com a consciência de que é necessário promover a identidade dos lugares no quadro alargado da grande metrópole, sendo a escala local a melhor para incentivar o interconhecimento e a participação. Assim, procura-se recriar urbanidade em contextos onde ela é insuficiente por múltiplas razões (arquitetónicas, sociais, urbanísticas). Será um ideal de cidade, neste caso assente na ideia de bairro e de harmonia/qualidade que se procura (re)construir, face à constatação que os espaços de residência que se têm construído nas últimas décadas, por muito boas habitações que possam eventualmente ter, são quase sempre o oposto em termos de vivência, de proximidade e de satisfação coletiva.
O termo “bairro” tem vindo a ganhar importância no imaginário coletivo nos últimos anos. A promoção imobiliária e várias marcas de estabelecimentos comerciais têm recuperado e promovido essa imagem. Bairro no sentido de lugar onde se pode viver e conviver, onde existe um pouco de tudo ao nível da oferta comercial e de serviços, onde se anda a pé e onde podemos encontrar outras pessoas como nós. A escala e a identidade do local são elementos sempre presentes no bairro.
Em Lisboa é possível encontrar aproximadamente mais de cem lugares (1) que genericamente se designam por “bairro”. Em muitos desses lugares a designação de bairro e de lugar, no sentido estrito de topónimo, confunde-se e sobrepõe-se. Assinala-se ainda a existência de aproximadamente quarenta lugares em que “bairro” faz parte integrante do nome (Bairro Alto, Bairro do Alvito, Bairro do Calhau, Bairro do Condado etc.).
A definição de “bairro” existe no quadro meramente administrativo e financeiro – bairro fiscal e bairro administrativo. Fora deste contexto muito especifico não existe nenhuma definição objetiva e universal sobre o que é um bairro.
Parece evidente que existe uma necessidade por parte dos utilizadores da cidade em referenciar os diversos lugares que a compõem, não só pelo nome das ruas, mas também por algo mais amplo e que seja facilmente reconhecível. A escala da freguesia ou da paróquia são inadequadas, sendo desconhecida da generalidade dos utilizadores da cidade. Seja no mundo rural ou na cidade os lugares têm nome e, na cidade de Lisboa o nome do lugar é frequentemente o nome do bairro. Mesmo que o nome seja provisório (2) ou não tenha reconhecimento oficial, ou dele exista mais do que um topónimo. Atrevemo-nos a afirmar que todos os lugares têm nome, mesmo que estes possam não ser conhecidos pela maioria das pessoas ou que quem venha de fora nem sequer os reconheça como sendo lugar algum. É esta a sensação que a maioria de nós terá ao navegar em alto mar, onde uns reconhecem ondas e vento, outros identificam-no pelo nome dos seus lugares e pelas suas particularidades e memórias vividas.
Mas nem sempre o nome de um bairro perdura na memória coletiva. Existem múltiplos casos em que a designação não sobreviveu ao passar dos anos. A título de exemplo refira-se o Bairro Londres, o Bairro Andrade ou o Bairro Camões. Poucos residentes de Lisboa saberão onde se localizam estes bairros. As designações podem diluir-se com alguma rapidez pois alguns destes lugares não tinham nem criaram identidade própria urbanística ou sociológica – e começaram rapidamente a perder população residente e a substituir o seu parque edificado face ao avanço da terciarização.
1.Introdução.
A resposta à pergunta “o que é um Bairro?” não é fácil e será sempre parcialmente limitada, circunscrita, incompleta e datada, tal é a diversidade deste “objeto de estudo”. Esta característica não é muito diferente de tantos outros “assuntos” de escala urbana que conservam em aberto a discussão sobre a sua definição e parametrização espacial e/ou social, mormente a constante reflexão que sobre eles existe.
Pela sua clareza conceptual e operacionalidade optamos pela (re)leitura de Kevin Lynch (3) sobre a noção de bairro que nos permite um excelente ponto de partida. Esta opção bibliográfica está evidentemente associada à importância que este urbanista atribui à questão espacial e à sua perceção.
“ Um bairro urbano… é uma área de caráter homogéneo, reconhecido por indicações continuas dentro desta área … A homogeneidade pode traduzir-se em características espaciais, como nas ruas estreitas e íngremes…; pode verificar-se no tipo de; pode ainda ser notado no estilo ou na topografia. Por vezes, é uma continuidade de cor, textura, material, pavimento, detalhes nas fachadas, iluminação, vegetação ou contornos. Quanto mais estes aspetos se sobrepõem, maior é a sensação de região homogénea. (…) Onde a homogeneidade física coincide com os hábitos e a categoria social, o efeito é inconfundível”.
Tendo por base esta leitura de tipo urbanística assume-se que os principais elementos identificadores dos bairros seriam a perceção da homogeneidade do espaço – tanto na arquitetura como na morfologia dos traçados urbanos (morfologia urbana) – associado ao conhecimento do período histórico-temporal em que foram construídos.
Há assim um evidente enfoque na leitura da paisagem associada à investigação histórico-urbanística. Assim, são identificados e classificados essencialmente espaços relativamente homogéneos de diferentes tipologias e época, ficando de fora muitos espaços de difícil classificação. Serão espaços muito heterogéneos quanto à sua arquitetura e urbanismo, o que não invalida que em termos de vivências e categorias sociais não possam ser relativamente homogéneos.
Concentrando a nossa atenção nos aspetos físicos e visíveis em detrimento da componente sociológica e antropológica, a entidade bairro pode ser mais ou menos visível e reconhecida como tal pelo observador exterior. Existem bairros que só são reconhecidos essencialmente pelos seus moradores e/ou outros moradores de bairros vizinhos. Não são efetivamente visíveis para os de fora mas são todavia bairros reais para todos os que os habitam e s (re)conhecem.
2. Proposta de tipologia de bairros
O primeiro elemento distintivo nesta classificação é de tipo morfológico, e corresponde a duas grandes classes: Bairros com plano e Bairros sem plano. No primeiro caso estão todos os bairros onde é identificável uma atitude prévia de organização na sua morfologia urbana que tenha naturalmente antecedido a construção das edificações, independentemente do período temporal em que foram construídos. O plano pode ser mais ou menos regular em termos de desenho geométrico. No segundo caso, incluem-se os bairros sem plano, e que são todos aqueles em que não é identificável qualquer plano pré-estabelecido. Estão nesta classe os bairros que têm uma planta de tipo orgânico ou seja, que foram crescendo naturalmente ao longo de antigos caminhos e estradas e que são muitas vezes o reflexo direto de um somatório de atos individuais de construção que se foram realizando ao longo do tempo.
Em cada uma destas duas grandes classes — Bairros com plano e Bairros sem plano — existe uma subcategorização de bairros hierarquizados cronologicamente que refletem os vários períodos de crescimento da cidade de Lisboa. Nesta subcategorização é detalhada a tipologia da morfologia urbana e são identificados alguns bairros mais expressivos. Não pretendendo ser exaustiva, a listagem de bairros que se apresenta é apenas exemplificativa.
Quadro nº1
Tipologia de Bairros em Lisboa
Categoria |
Época |
Morfologia / imagem urbana |
Exemplos |
1. Com plano |
1.1 Anteriores a 1755
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Traçados regulares ainda muito agarrado à topografia, ausência de praça ou de grande eixo viário estruturante. Quarteirões retangulares ou trapezoidais.
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– Vila Nova do Olival ou da Oliveira
-Bairro Alto e Madragoa (Bairro do Mocambo) séc. XVI
– (…)
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1.2 Reconstrução pombalina |
Morfologia urbana regular, de tipo ortogonal de “desenho rígido” com normas arquitetónicas explícitas e rigorosas. |
– Baixa – Largo de São Paulo (Caís do Sodré)
– (…) |
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1.3. Expansão urbana oitocentistas. (Ressano Garcia)
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1.3.1 Morfologia urbana regular ortogonal, com normas arquitetónicas que não conseguiram criar uma imagem de conjunto forte. O processo de terciarização de muitas destas áreas veio acentuar ainda mais essa ausência de uniformidade
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-Bairro de Campo de Ourique – Avenidas Novas – Estefânia
– (…) |
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1.3.2 Bairros e vilas operárias Morfologia urbana regular de dimensão muito variada. Desde a estrutura de bairro com as suas ruas e quarteirões até ao elementar alinhamento de edifícios ao longo de uma pequena rua ou simples edifícios plurifamiliares. |
-Bairro Operário da Calçada dos Barbadinhos. -Bairro Estrela Douro -Bairro Grandella -Bairro Clemente Vicente (Dafundo)
– (…)
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1.4 Primeiro quartel do séc. XX. |
1.4.1 Primeiros Bairros Sociais. Apresentam uma nova imagem de bairro cuidado tanto no desenho da morfologia urbana como da própria arquitetura. Procuram ser a antítese do lúgubre bairro operário. Este novo conceito de tipo de bairro passam a incorporar edifícios de fruição coletiva
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-Bairros Social do Arco Cego -Bairro Social da Ajuda
– (…)
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1.4.2 Bairros de iniciativa privada. Pequenos e médios loteamentos, muito marcados por preexistências (estrutura da propriedade e estrutura viária). A estrutura financeira e empresarial destas iniciativas é particularmente débil e a autarquia que terá, em vários casos, que terminar a construção de infraestruturas e saneamento.
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– Bairro Camões – Bairro Andrade, – Bairro das Colónias, – Bairro de Inglaterra
– (…)
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1.5 Estado Novo
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1.5.1 – Bairro Aldeia
Bairros Sociais Tipologia urbanística e arquitetónica facilmente identificável pela sua qualidade de conjunto. À época o seu relativo afastamento em relação à cidade consolidada acentuavam a sua singularidade e em muitos casos vieram a orientar a expansão da cidade.
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– Encarnação, – Madre Deus – Caselas – Alvito – Serafina
– (…)
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1.5.2
Grandes projetos urbanísticos
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1.5.2.1
– Alvalade Bairro de grandes dimensões O plano assenta já em “unidades de vizinhança” como estrutura de base e aposta em princípios de integração sócio-espacial.
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– Alvalade (1945) |
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1.5.2.2
– Olivais Norte Segue de perto os princípios da Carta de Atenas. Planta de tipo organicista ainda muito simples.
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– Olivais Norte (1959-72)
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– 1.5.2.3
– – Olivais Sul – Morfologia urbana de tipo organicista. Com células urbanas mais complexas e hierarquizadas, e já com comércio local. Grande preocupação com equipamentos sociais.
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– Olivais Sul (1960-72)
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1.5.2.4
– Chelas Morfologia urbana de tipo organicista. Mas já incorpora várias críticas à Carta de Atenas. Aposta na circulação e na distribuição linear e contínua dos equipamentos.
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-Chelas (1965) |
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1.5.3
Bairros de programação pública, mas de promoção privada. (no prolongamento do plano de Alvalade).
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– Av. de Roma – Av. do EUA. – Bairro de São Miguel – Bairro de São João de Deus – Av. João XXI – Av. de Madrid – Av. Infante Santo
– (…)
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1.5.4
Pequenos e médios loteamentos, muito marcados por preexistências. Tipologia de edifícios em torre, diluição dos alinhamentos e do conceito de quarteirão. Esta forma de construção de espaço urbano prolonga-se pelos anos 70, 80, e 90. |
– Benfica – Lumiar – Carnide
– (…)
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2. Sem plano
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2.1 Antigo (anterior ao século XVIII)
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Traçados irregulares de tipo orgânico de origem essencialmente medieval resultante do crescimento natural estruturado por preexistências (vias de comunicação ou estrutura cadastral). Geometria muito variável acompanhando a topografia dos locais de implantação.
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– Alfama – Castelo – Mouraria – Graça – São Vicente – Pena
– (…)
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2.2 Século XX
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Traçados irregulares de tipo orgânico. Localizam-se essencialmente na periferia da cidade. Muito semelhantes a tantos outros localizados nos concelhos limítrofes de Lisboa. Grande parte dos edifícios destes bairros é de génese informal / ilegal.
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– Alto Chapeleiro – Ameixoeira – Galinheiras – Liberdade – Rio-Seco
– (…)
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3. Seleção dos bairros de estudo.
A seleção de estudo de casos incidiu sobre 6 bairros, onde se procurou essencialmente a representatividade de cada época, a par de diferentes posições geográficas dentro da cidade, por forma a cobrir a maior diversidade temporal e espacial. Também se procurou que esta diversidade abrangesse bairros socialmente diferenciados, embora esta intenção seja relativamente superficial e vaga pois estes atributos não fazem explicitamente parte desta grelha de análise e basearam-se no nosso conhecimento empírico sobre a cidade. Na seleção dos bairros esteve também implícita a exclusão de casos já muito estudados como por exemplo, o Bairro Alto a Bica, Alfama, Chelas ou Olivais, e de bairros sociais. Alvalade sendo todavia um bairro muito estudado, veio a ser incluído, por ser um bom exemplo de programação de bairro do período do Estado Novo e por possuir uma plano e uma escala que resistiu muito bem ao passar dos anos.
Os bairros selecionados para estudo foram:
. Graça e Ajuda — Bairros sem plano de tipo antigo
. Galinheiras — Bairro sem plano do século XX
. Campo de Ourique — Bairro com plano oitocentista
. Alvalade — Bairro com plano do período do Estado Novo
. Telheiras — Bairro com plano dos anos 70 e 80 do século XX
Esta seleção de casos de estudo resultou de uma longa reflexão. O bairros da Ajuda e Galinheiras foram os casos mais discutidos e os últimos a entrarem neste estudo, tendo vindo a revelar resultados muito interessantes. Facto que veio a ser claramente identificado na fase de análise dos resultados dos inquéritos.
4. Nota final
O exercício de tipificação de bairros lisboetas que se procurou aqui desenvolver visou o ajustamento aos objetivos gerais do projeto. Trata-se de uma grelha de análise simples e operativa, assente em unidades de território com marcas identificáveis de homogeneidade física. Ficaram de fora desta análise espaços mal definidos e de “margem” que, em muitos casos, são espaços “canais” e/ou espaços atualmente com pouca população residente e onde o processo de terciarização é dominante.
Com efeito, o espaço de uma cidade não é passível de ser decomposto, na sua totalidade, em subunidades de tipo bairro. Assim sendo, existem muitos lugares que não possuem essa designação nem são vividos ou reconhecíveis enquanto tal. Mesmo que tenham a designação de bairro e que possuam a coerência e a harmonia ao nível do desenho urbano ou da arquitetura, se não tiverem uma oferta comercial e de serviços que definam um efetivo centro de bairro, poderão ser apenas lugares sem intensidade nem densidade de vida. Existem em quase todas as tipologias de bairro casos com esta limitação de atributos comercias e de vivência social.
Paralelamente, também se começa a assistir à recuperação da população residente, principalmente casais jovens, no contexto do avanço progressivo da “gentrificação” não só no centro antigo da cidade mas já em muitos bairros construídos no Estado Novo e mesmo em espaços que foram terciarizados nos anos 70 e 80.
A ideia de bairros ganha visibilidade e associa-se a uma opção de vida mais consentânea com os novos modelos de utilização da cidade, pois promove entre vários aspetos a reabilitação urbana, o uso do transporte coletivo, o comércio tradicional e as deslocações a pé. A noção de bairro contínua presente no imaginário de quase todos os indivíduos. Tanto nos mais velhos como nos mais novos. O bairro constrói-se e reconstrói-se de muitas formas com alguma história e outras tantas estórias.
Notas finais
(1) Veja-se o caso do Plano de Chelas que conservou até a década de 90 a sua nomenclatura de áreas de projeto: (ex-zona I); Bairro do Armador (ex-zona M); Bairro do Condado (ex-zona J); Bairro da Flamenga (ex-zona N1) e Bairro dos Loios (ex-zona N2).
(2) Um caso interessante é o antigo bairro Londres que hoje poucos conhecerão por este nome. Situa-se na Av. de Berna à esquerda de quem vem da Praça de Espanha. Espaço muito terciarizado e que corresponde hoje a uma margem incaracterística das Avenidas Novas.
(3) Lynch, Kevin (1960) The Image of the city, Massachusets Institute of Technology and the President and Fellows of Harvard College, Massachusets.
Anexo: Lista de Bairros
Alcântara | Bairro do Alto da Ajuda | Chiado | Quinta de São João Batista |
Alfama | Bairro do Alvito | Cidade Universitária de Lisboa | Quinta de São Vicente |
Alfinetes | Bairro do Arco do Cego | Cova da Moura | Quinta do Cabrinha |
Alta de Lisboa | Bairro do Armador | Desterro | Quinta do Charquinho |
Alto da Faia | Bairro do Calhau | Desvio | Quinta do Grafanil |
Alto da Serafina | Bairro do Caramão da Ajuda | Entrecampos | Quinta do Jacinto |
Alto de Santo Amaro | Bairro do Casalinho da Ajuda | Estefânia | Quinta do Lambert |
Alto do Chapeleiro | Bairro do Castelo | Estrela | Quinta do Lavrado |
Alto do Lumiar | Bairro do Condado | Estrela | Quinta do Loureiro |
Alto dos Moinhos | Bairro do Relógio | Forte da Ameixoeira | Quinta do Marquês de Abrantes |
Alto Pina | Bairro Dois de maio | Galinheiras | Quinta do Morgado |
Alvalade | Bairro dos Atores | Graça | Quinta dos Ourives |
Ameixoeira | Bairro dos Alfinetes | Intendente | Rego |
Amoreiras | Bairro dos Funcionários da Cadeia de Monsanto | Lapa | Restelo |
Areeiro | Bairro dos Loios | Laranjeiras | Rio Seco |
Bairro Alto | Bairro dos Retornados | Madragoa | Santa Catarina |
Bairro América | Bairro Estrela d’Ouro | Marvila | Santa Clara |
Bairro Andrade | Bairro Grandella | Matinha | São Bento |
Bairro Azul | Bairro Lopes | Mouraria | São Domingos de Benfica |
Bairro da Ajuda | Bairro Madre Deus | Olaias | Sapadores |
Bairro da Bica | Bairro Novo | Olivais-Norte | Sete Céus |
Bairro da Cruz Vermelha | Bairro Novo de Belém | Olivais-Sul | Sete Rios |
Bairro da Encarnação | Bairro Novo de Benfica | Olivais-Velho | Tapada da Ajuda |
Bairro da Flamenga | Bairro Novo do Grilo | Paço do Lumiar | Telheiras |
Bairro da GNR | Bairro Padre Cruz | Palma | Trindade |
Bairro da Horta Nova | Bairro São João de Brito | Parque dos Príncipes | Vale de Alcântara |
Bairro da Liberdade | Beirolas | Pedralvas | Vale de Santo António |
Bairro da Rocha | Bela Flor | Pedrouços | Vale Formoso de Cima |
Bairro das Amendoeiras | Bela Vista | Picheleira | Vale Fundão |
Bairro das Calvanas | Benfica | Picoas | Xabregas |
Bairro das Colónias | Boavista | Poço do Bispo | |
Bairro das Estacas | Braço de Prata | Pote de Água | |
Bairro das Furnas | Cabo Ruivo | Prodac | |
Bairro das Salgadas | Calçada dos Mestres | Quinta da Calçada | |
Bairro de Alcântara | Calhariz de Benfica | Quinta da Luz | |
Bairro de Caselas | Campo de Ourique | Quinta da Torrinha | |
Bairro de Inglaterra | Carmo | Quinta das Conchas | |
Bairro de Santa Cruz | Casal Ventoso | Quinta das Laranjeiras | |
Bairro de Santos | Casal Vistoso | Quinta das Lavadeiras | |
Bairro de São João | Charneca | Quinta das Mouriscas | |
Bairro de São Miguel | Chelas | Quinta de Barros |
Fonte: Vox Populi
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO de Arquitetos Portugueses — Guia urbanístico e arquitetónico de Lisboa, Lisboa: Associação de Arquitetos Portugueses, 1987.
CML, UNL — Lisboa em Mapas. Informação geo-referenciada, CML, Lisboa, 2001
FRANÇA, José Augusto — Lisboa Pombalina e o Iluminismo, Lisboa, 1966.
LAMAS, José — Morfologia Urbana e Desenho da Cidade, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1993.
LYNCH, Kevin — (1960) The Image of the city, Massachusets Institute of Technology and the President and Fellows of Harvard College, Massachusets. Tradução portuguesa: A imagem da cidade, Lisboa: Edições 70, 1982.
MOITA, Irisalva (ed.) — O Livro de Lisboa; Lisboa 94, Lisboa: Livros Horizonte e Expo98, 1994.
SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo — Dicionário da História de Lisboa, Sacavém: Carlos Quintas e Associados – Consultores, 1994.
SILVA, Carlos Nunes — Planeamento Municipal e a Organização do Espaço em Lisboa: 1926-1974, Lisboa, 1987.
SILVA, Raquel Henriques da (ed.) — Lisboa de Frederico Ressano Garcia, 1874-1909, Lisboa, 1989.