Flora Del Debbio
floradeldebbio@gmail.com
Arquiteta, Itália
Marco Rizzi
rizzimarco1991@gmail.com
Arquiteto, Itália
Para citação: DEL DEBBIO, Flora; RIZZI, Marco – No encalce de Óscar. Estudo Prévio 18. Lisboa: CEACT/UAL – Centro de Estudos de Arquitetura, Cidade e Território da Universidade Autónoma de Lisboa, 2020, p. 16-27. ISSN: 2182-4339 [Disponível em: www.estudoprevio.net]. DOI: https://doi.org/10.26619/2182-4339/18.3
Artigo recebido a 1 de outubro de 2020 e aceite para publicação a 13 de dezembro de 2020
Creative Commons, licença CC BY-4.0: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Resumo
Este artigo apresenta como fio condutor uma fotografia que retrata Oscar Niemeyer, uma das figuras-chave da Arquitetura Moderna brasileira, no seu atelier, durante a construção de Brasília. A partir desta imagem, são analisados os vários elementos que compõem a cena e permitem lançar pistas de leitura acerca da vida profissional e pessoal do arquiteto. O recurso a fontes primárias como documentários, fotografias e artigos publicados em revistas da época permite ainda delinear uma visão mais ampla do contexto em que a fotografia foi tirada. Ainda que o artigo parta de uma reflexão acerca do projeto da Catedral Metropolitana de Brasília, acaba por oferecer igualmente uma análise de pormenores indiciados na imagem, que nos levam a interrogar o homem por detrás da arquitetura, despido de artifícios e retratado na intimidade do seu simples escritório.
Palavras-Chave: Niemeyer, Scherschel, Brasília, Arquitetura, Fotografia
No encalço de Oscar
Figura 1 – Oscar Niemeyer retratado no seu escritório durante a construção de Brasília. Fonte: SCHERSCHEL, Frank, The Life Picture Collection, Brasilia, 1 Fevereiro 1960. ©gettyimages.
A imagem foi captada em fevereiro de 1960[1] e mostra Oscar Niemeyer – arquiteto de renome internacional – aos 53 anos de idade, no interior do espaço que lhe servia de escritório[2], no estaleiro da obra de construção de Brasília[3]. Nos seus vários detalhes, a fotografia deixa escapar indícios que apontam linhas de leitura e convidam a uma reflexão acerca da vida profissional e privada do arquiteto. Frank Scherschel[4], autor da fotografia, terá provavelmente sido enviado pela famosa revista americana LIFE magazine, para a qual trabalhava, para dar conta da situação em Brasília, a poucos meses da inauguração.[5]
Em 1960, os holofotes de todo o mundo estavam apontados para o Brasil, e muitos jornais internacionais tinham enviado alguns repórteres ao local, para documentar o nascimento da nova e moderna capital.
A revista Time Magazine[6] tinha já publicado dois artigos sobre o arquiteto – “On stilts”[7], em 1947, e “Gentleman, very timid”[8], em 1948 – que, no entanto, não retratavam Niemeyer. Provavelmente, terá aumentado nesse período o interesse pela figura do arquiteto, o que terá levado a LIFE magazine, cerca de dez anos depois (em 1960), a enviar um fotógrafo para o Brasil, para documentar o seu trabalho. A razão da nomeação de Scherschel para desempenhar tal tarefa poderá ter-se devido ao facto de este já ter tido contacto com o arquiteto em Nova Iorque, aquando da construção da sede das Nações Unidas, em 1947, quando Niemeyer era ainda jovem e pouco conhecido internacionalmente.[9] Além deste episódio, o fotógrafo tinha já outras experiências com arquitetos de fama mundial, tendo realizado uma reportagem fotográfica sobre Mies Van der Rohe em 1956.[10]
Regressando à fotografia em análise, Scherschel optou por retratar a personalidade de Niemeyer no seu modesto escritório. O conjunto de imagens captadas naquela ocasião, e que acompanham a imagem aqui reproduzida[11], mostra um ambiente informal, um espaço marcado por uma certa desordem, onde o arquiteto trata de encontrar soluções imediatas que permitam concluir os projetos que estão em curso, e que virão a constituir a imagem da nova capital.[12] De facto, percebe-se que o laboratório-escritório é um espaço vivido pelo arquiteto no seu quotidiano, entre papelada, frascos de tinta e instrumentos de trabalho dispostos ao acaso, como se Niemeyer tivesse sido apanhado de surpresa no meio da rotina do seu dia-a-dia.
A figura de pé, ao lado do arquiteto, surge em várias fotografias igualmente tiradas por ocasião da viagem a Brasília[13], o que nos permite pensar tratar-se de um local, encarregado de guiar o fotógrafo na sua viagem pela construção da capital, entre o estaleiro e o escritório do arquiteto. Nas fotografias no estaleiro[14], o homem parece estar a mostrar ao fotógrafo um edifício de construção recente. O ponto de vista a partir do qual são tiradas as fotografias no atelier[15], mais baixo relativamente à figura do arquiteto, mostra-nos que Scherschel estaria sentado junto à mesa que surge no primeiro plano (Figura 2). O arquiteto, sentado no lado oposto da mesa, orienta o olhar para o alto, na direção de uma quarta pessoa que se encontra em pé, à sua frente. Mais um interlocutor, de quem se entrevê o cotovelo na segunda imagem[16], faz, portanto, também parte da cena.
Figura 2 – Representação do ângulo visual em corte. Desenho de Marco Rizzi, fotografia de Frank Scherschel ©gettyimages.
Entre as fotografias tiradas ao arquiteto, a que teve maior divulgação foi aquela aqui reproduzida[17], que é também a mais emblemática no delinear da personalidade do sujeito representado. Niemeyer está, aparentemente, a apresentar o projeto da Catedral Metropolitana de Brasília, cuja maqueta aparece em primeiro plano. A primeira pedra do edifício tinha sido lançada a 12 de setembro de 1958, dia de aniversário de Juscelino Kubitschek[18], vindo a construção a terminar apenas em 1970, devido a dificuldades de financiamento que levaram à interrupção dos trabalhos durante cerca de dez anos.
A imagem da maqueta já circulava desde 1958 em várias publicações, entre as quais a revista Brasilia[19], na edição de setembro de 1958, ou a revista Módulo, de que Niemeyer era codiretor, na edição de dezembro de 1958.[20] A publicação na Módulo será particularmente importante para a divulgação do projeto: a capa é dedicada à catedral enquanto no interior da revista são apresentados esquissos preliminares e desenhos que correspondiam precisamente à referida maqueta.
Apesar de o arquiteto referir no texto uma estrutura formada por 21 montantes, os desenhos mostram a catedral tal como veio a ser efetivamente erguida, com os montantes reduzidos a 16, “contidos em uma circunferência de setenta metros de diâmetro” (Aração, 1958: 14). Como se pode observar nestes primeiros desenhos tornados públicos, o rebaixamento do piso da catedral relativamente ao nível da praça envolvente estava já decidido nesta fase do projeto, sendo o acesso ao espaço da igreja feito através de uma rampa descendente. De igual modo, o posicionamento do batistério e da sacristia fora do corpo central estava já estabelecido em 1958; estes eram, portanto, elementos a que se acedia através de um piso subterrâneo ligado ao espaço central da catedral:
“Em volta da nave — rebaixada três metros em relação ao piso do terreno — encontram-se as capelas e ainda as ligações com as salas e serviços anexos à Catedral, e o batistério, localizado, como primitivamente, fora do templo.” (A Catedral de Brasília, Módulo: 8-9)
A imagem da maqueta da catedral acompanhada dos respetivos desenhos será depois divulgada em publicações como o número da Architectural Review saído em fevereiro de 1959 (que dedicava uma secção da revista a notícias sobre a construção da nova capital).[21] O artigo mostrava o estado do projeto da catedral declarando, no entanto, que a data de início dos trabalhos ainda não tinha sido fixada.[22] Voltando à fotografia de Scherschel de 1960, é agora possível afirmar que a maqueta representada é a mesma que surge em várias revistas da época e que, ao contrário do que à primeira vista poderia parecer, o plano horizontal sobre o qual se apoia a catedral é parte da maqueta – e não uma mesa. De facto, olhando com atenção, percebe-se que a base da maqueta não é uma superfície completamente plana, surgindo em primeiro plano um rasgo que corresponde ao espaço escavado destinado à sacristia. A maqueta era bastante volumosa e Niemeyer tinha-a virada para si no encontro com o fotógrafo. Não deixa de ser curioso que, para uma conversa com alguém vindo de fora que via o projeto pela primeira vez, Niemeyer não tenha virado a entrada da catedral para o seu interlocutor, mostrando-lhe antes o lado posterior, onde estava prevista a sacristia (Figura 3).
Figura 3 – Representação do ângulo visual em planta. Desenho de Marco Rizzi, fotografia de Frank Scherschel ©gettyimages.
Não obstante a maqueta dar uma imagem bem definida da estrutura da catedral, existem diferenças relativamente àquilo que foi efetivamente realizado no piso enterrado. Em primeiro lugar, observando a planta atual, nota-se que não foram dispostas capelas no interior da nave, conforme previsto no desenho de 1958 e conforme tinha sido publicado em fevereiro de 1960 na edição especial sobre Brasília da revista Acrópole[23], onde surgem ainda as capelas, ao longo do perímetro interno e um acesso à sacristia, do lado oposto à entrada (Figura 4).
Figura 4 – Catedral de Brasília, comparação entre a maqueta de 1960 e o edifício construído em 1970. Montagem de Marco Rizzi, 2020.
De facto, a posição atual da sacristia representa outra diferença relativamente ao que estava previsto no projeto de 1958. Enquanto o batistério foi efetivamente construído fora do espaço da igreja, o acesso à sacristia foi retirado do eixo principal de entrada e deslocado para um espaço consideravelmente mais pequeno relativamente ao projeto original, do lado oeste. O acesso a um espaço do lado direito da entrada, surge já em alguns esquissos preliminares publicados na Módulo de Dezembro de 1958, assim como a sacristia, posicionada, como vimos, sobre o eixo de entrada da igreja[24]. Mesmo posteriormente, apesar de a estrutura central estar já claramente definida, alguns esquiços do arquiteto revelam alguma insegurança relativamente ao posicionamento da sacristia, que ora surge como um corpo que aflora do chão, ora como um espaço enterrado, no lado sul do edifício.[25] Apesar das incertezas na definição do desenho do piso enterrado, a construção da estrutura da catedral prosseguiu entre 1959 e 1960, conforme demonstram algumas fotografias da época. O esqueleto da catedral, assim como a estrutura das outras grandes obras públicas da cidade foram, com efeito, realizadas num período relativamente breve, uma vez que era necessário definir a organização formal da nova capital até à data da inauguração, prevista para abril de 1960. No livro Minha experiência em Brasília, Oscar Niemeyer afirmava:
“Aceitamos soluções conciliatórias, conscientes da realidade nacional que Brasília teria de exprimir e do objetivo principal a atender, que consistia em definir a cidade em termos irreversíveis antes de 21 de abril de 1960.” (Niemeyer, 2006: 23)
Uma fotografia tirada por Marcel Gautherot mostra que, em 1960, o corpo estrutural da catedral estava completamente construído, mas que as escavações no terreno circundante não tinham ainda sido iniciadas.[26] Daqui se pode deduzir que provavelmente a configuração dos espaços subterrâneos associados à igreja estaria ainda por definir.
Concluindo, quando foi tirada a fotografia de Frank Scherschel em fevereiro de 1960, a construção da sacristia ainda não tinha sido iniciada e a decisão acerca da sua localização mantinha-se em aberto. O projeto, tal como o vemos hoje, só será concluído anos mais tarde, em 1970.
Na fotografia, para além da maqueta da catedral, estão presentes outros objetos que revelam o quotidiano da vida de trabalho do arquiteto, e que nos dão uma ideia do que seria o ambiente que se vivia no lugar.
Um primeiro detalhe que salta imediatamente à vista é o calendário, no canto esquerdo da fotografia, aberto sobre uma imagem de um modelo nu (Figura 5). A linha curva, clara referência à figura feminina, é, com efeito, um motivo recorrente na arquitetura de Niemeyer. Tanto, que Niemeyer afirma:
“Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu País, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o Universo – o Universo curvo de Einstein.” (Niemeyer, O Poema da Curva, s.d.)
Figura 5 – Detalhe do calendário representando as curvas femininas. Montagem de Marco Rizzi, 2020, fotografia de Frank Scherschel ©gettyimages.
Uma outra fotografia, publicada na revista Manchete de 30 de abril de 1960[27], mostra o escritório de Niemeyer visto de outra perspetiva, com o calendário aberto exatamente sobre a mesma página, com a mesma figura feminina em primeiro plano: a imagem exposta é a mesma, independentemente do mês ou do ano em curso, pelo que é possível que se trate de uma presença estética, e não utilitária.[28] É provável que Niemeyer apreciasse particularmente aquela imagem, definida pelas linhas sinuosas que lhe serviam de fonte de inspiração. Os seus desenhos e a sua produção arquitetónica revelam a sua atração pelo corpo feminino, que compara às montanhas do Rio de Janeiro, sua terra natal.[29] A ligação do arquiteto ao universo feminino tem também raízes no passado. Niemeyer, «um dos seis filhos de uma família da classe média, foi praticamente criado por uma tia» (Niemeyer: poesia em concreto armado, p. 80-81). Declara por diversas vezes, em entrevistas, ser um cativo, um apaixonado da figura feminina; com efeito, casou-se por duas vezes, o primeiro casamento aos 21 anos, com Annita Baldo e o último aos 99 anos, com Vera Lúcia Cabreira.
Outro elemento que aparece na fotografia e que revela aspetos interessantes da personalidade do arquiteto é um aparelho para ouvir música pousado sobre a mesa atrás de Niemeyer (Figura 6).
Figura 6 – Detalhe do aparelho usado para ouvir música. Montagem de Marco Rizzi, 2020, fotografia de Frank Scherschel ©gettyimages.
À primeira vista, o objeto na fotografia pode parecer um rudimentar auscultador de telefone, mas trata-se, na realidade, de um auscultador para ouvir discos. Num espaço despojado, com poucos móveis, em pleno estaleiro de Brasília, havia espaço para a música, para um momento de evasão.
A música era um motivo de encontro, como afirma Oscar Niemeyer no livro Minha experiência em Brasília: “à noite lá nos reuníamos em longas conversas, não raro fazendo grandes batucadas, tocando violão e pandeiro, batendo em latas e copos” (Niemeyer, 2006: 22-23). Niemeyer era, de facto, um apaixonado por música, em particular por bossa nova, como demonstra a sua relação com os célebres músicos brasileiros Vinicius de Moraes e Tom Jobim. Vinícius e Oscar trabalharam juntos pela primeira vez em 1956, na ópera de Moraes «Orfeu da conceição», para a qual Niemeyer desenhou a cenografia. A amizade entre os três levou ainda a uma colaboração na “Sinfonia da Alvorada”[30], um poema sinfónico que celebra a inauguração da nova capital, encomendado a Jobim e Moraes em 1958 e concluído em setembro de 1960. Também nesta ocasião os dois músicos recorrem ao amigo Niemeyer, desta vez para a realização da imagem da capa do vinil. Desenhos simples, matriciais, da autoria do arquiteto, representam as mais importantes obras realizadas em Brasília – entre as quais a catedral, o Palácio do Congresso Nacional e os célebres pilares do Palácio da Alvorada.
O arquiteto, nos seus primeiros anos, é normalmente retratado como uma pessoa simples e dedicada ao trabalho, tímida e pouco dada a luxos, conforme nos reporta o artigo “Gentleman, Very Timid”, de 25 de janeiro de 1948 na revista Time Magazine e no artigo Niemeyer: poesia em concreto armado de abril de 1960 na revista Manchete. Esta sua simplicidade reflete-se no carácter despojado e despretensioso do seu espaço de trabalho, uma espécie de laboratório onde guardava as suas maquetas de estudo e desenhava a nova capital. Do mesmo modo, também o espaço da casa se revelava simples e despojado:
“nas noites frias de Brasília, quem passasse por uma das casas populares construídas para os operários das obras haveria de ver uma luz acesa, até alta madrugada, na humilde sala da frente. Era Niemeyer que trabalhava. Silencioso como uma formiga, como uma formiga, também, sabia o valor do tempo.” (Niemeyer, poesia em concreto armado, 1960: 80-81)
O arquiteto vivia nas casas populares que foram construídas para os operários, durante a obra de Brasília, numa pequena habitação no sector W3 Sul:
“Nos primeiros tempos, vivi com os demais colegas, numa residência da Fundação da Casa Popular. Era uma casa simples e acolhedora e meu mobiliário se resumia, no quarto, a uma cama, um armário e um caixote, e na sala, a um sofá, uma mesa e quatro cadeiras. Apesar dos desconfortos, minha casa estava sempre cheia de companheiros, que nela entravam e saíam como se estivessem no próprio escritório.” (Niemeyer, 2006: 14)
A preocupação do arquiteto em levar uma vida próxima da das classes mais modestas reflete-se também no modo de vestir: nesta fotografia, a indumentária simples recorda as vestes dos operários. Uma camisa clara com as mangas arregaçadas e umas calças num tom mais escuro. Niemeyer apresenta-se ao seu interlocutor como um homem simples, um trabalhador.
Os meses agitados que passaram desde o projeto à realização da obra de Brasília, foram vividos ombro a ombro com engenheiros, construtores, mestres-de-obra, operários: tomavam-se decisões rápidas, num fluxo contínuo. Encontramos o mesmo modo de vestir em várias das fotografias que nos mostram o arquiteto no seu trabalho, o que remete para um ideal igualitário, em linha com o seu pensamento político. Niemeyer era um comunista convicto, tendo ingressado no Partido Comunista Brasileiro logo em 1945[31]. Um posicionamento político que acabou por obrigá-lo a deixar o país e procurar asilo na Europa, no tempo da ditadura militar.
A metodologia de análise que guiou a elaboração deste artigo inspira-se no trabalho de pesquisa de Ricardo Daza Caceido que, a partir de uma fotografia tirada ao arquiteto de renome internacional Mies Van Der Rohe, procura traçar a personalidade do homem por detrás da imagem. Do mesmo modo, pensamos que a fotografia de Scherschel de fevereiro de 1960 foi capaz de condensar a complexa personalidade de Oscar Niemeyer. O retrato abriu-nos as portas para um percurso de investigação no rasto de Oscar que nos deu conhecer o homem por detrás da arquitetura, fazendo transparecer as diversas facetas da sua personalidade.
No momento em que a carreira do arquiteto estava em plena ascensão e em que este viria a afirmar-se na cena internacional, este instante, imortalizado por esta fotografia, deu-nos a ver o outro lado da medalha: feito de simplicidade, quotidiano, amor pela vida e pela arquitetura.
Bibliografia
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NIEMEYER, Oscar — Minha Arquitetura. Rio de Janeiro: Revan, 2005. ISBN 10: 85-7106-329-X.
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RICHARDS, J. M. — Brasilia. Architectural Review. Vol. 125, N° 745 (fevereiro 1959), p. 95-104. Disponível em: https://www.architectural-review.com/archive/ar-archive-brasilia/8607275.article [Consult. em 06-05-20].
Vídeo
Niemeyer: o traço e o tempo [documentário] Brasil, 2006, 28 min 30 sec, TV Câmara. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=69InBpt1yeQ [Consult. em 22-09-20].
Oscar Niemeyer – A vida é um sopro [documentário] Brasil, 2007, 90 min, Fabiano Maciel. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=AYhpFEHJkkI [Consult. em 22-09-20].
Roda Viva, entrevista a Oscar Niemeyer, 12 Julho 1997. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mNjeEibgRmc [Consult. em 22-09-20].
Arquivos consultados
LIFE photo archive. Disponível em:
https://artsandculture.google.com/search?q=scherschel%20brasilia
Fundação Oscar Niemeyer. Disponível em: http://www.niemeyer.org.br/obras
Notas
[1] Dado retirado do arquivo online de The LIFE Picture Collection via Getty Images. Disponível em: https://www.gettyimages.it/detail/fotografie-di-cronaca/architect-oscar-niemeyer-in-the-shack-he-used-fotografie-di-cronaca/50563548?uiloc=thumbnail_more_from_this_event_adp [Consult. em 12-07-20].
[2] O escritório-laboratório que Oscar Niemeyer usou durante a construção de Brasília aparece também num artigo publicado numa revista da época que mostra o seu espaço de trabalho nos meses que precederam a inauguração da capital. Niemeyer: poesia em concreto armado. Manchete. Rio de Janeiro (30 abril 1960) p. 80-81.
[3] A construção de Brasília teve lugar entre 1956 e 1960; a capital foi inaugurada no dia 21 de Abril de 1960.
[4] Para mais informações sobre o trabalho do fotógrafo para a LIFE magazine, consultar online: https://www.life.com/photographer/frank-scherschel/ [Consult. em 28-07-20].
[5] A revista LIFE reportava os eventos que marcaram o curso do século XX e é conhecida pela qualidade das fotografias do seu arquivo, colaborando com os maiores fotógrafos da época. Num contacto direto com a revista, fomos informados de que «a imagem não foi publicada na LIFE magazine. A imagem faz, assim parte de uma seleção de fotografias tiradas naquela ocasião, pertencentes ao arquivo LIFE. Disponível em:
https://artsandculture.google.com/search/asset?q=BRASILIA%20scherschel&p=life-photo-collection [Consult. em 28-07-20].
[6] Famosa revista americana fundada por Henry Luce que comprou a revista LIFE Magazine em 1936.
[7] On stilts. TIME magazine. Vol. XLIX, N° 18, (05 maio 1947). Disponível em: http://content.time.com/time/magazine/article/0,9171,7936m53,00.html [Consult. em 22-09-20].
[8] Gentleman, very timid. TIME magazine. Vol. LI, N° 4 (26 janeiro 1948). Disponível em: http://content.time.com/time/magazine/article/0,9171,779601,00.html [Consult. em 22-09-20].
[9] Ver https://www.gettyimages.it/detail/fotografie-di-cronaca/brazilian-architect-oscar-niemeyer-discussing-fotografie-di-cronaca/50508916 [Consult. em 22-09-20].
[10] A Master Architect: as his works go up across the U.S., Mies van der Rohe is still going at the age of 70. LIFE magazine. Vol. 42, N° 11 (18 março 1957), p. 60-68. Para a série de fotografias pertencentes ao arquivo da LIFE tiradas por Frank Scherschel a Mies van der Rohe consultar: https://www.life.com/arts-entertainment/mies-van-der-rohe-and-the-poetry-of-purpose/ [Consult. em 12-07-20].
[11] Ver https://artsandculture.google.com/asset/brasilia/WwH9xMbHQhNVVg e https://artsandculture.google.com/asset/brasilia/GwHueA6WH7teHQ
[12] Idem nota 5.
[13] Ver https://artsandculture.google.com/asset/brasilia/eAGvbjCovieS0Q, https://artsandculture.google.com/asset/brasilia/xgFRyueyLIasfw e https://artsandculture.google.com/asset/brasilia/1AG7jJV8M7zSPw
[14] Ver https://artsandculture.google.com/asset/EgHbpwdH40DJOQ
[15] Ver https://artsandculture.google.com/asset/brasilia/-AEpBjUA8SZI2A)(https://artsandculture.google.com/asset/brasilia/dAH5icWVc3Tvzw
[16] Ver https://artsandculture.google.com/asset/brasilia/kwE7xfWLcNJehQ
[17] A fotografia foi colocada online em várias páginas e artigos referentes a Oscar Niemeyer. FOSTER, Norman — Tribute to Oscar Niemeyer. The Architectural Review (6 dezembro 2012). Disponível em: https://www.architectural-review.com/essays/tribute-to-oscar-niemeyer/8639839.article [Consult. em 12-07-20]. Seleção de fotografias JESKE, Cornelia “When Gropius meets Niemeyer”, ©Stiftung Bauhaus Dessau. Disponível em: https://artsandculture.google.com/exhibit/when-gropius-met-niemeyer-stiftung-bauhaus-dessau/3QISJd4NDCsULw?hl=en [Consult. em 13-07-20].
[18] Médico, funcionário da polícia militar de Minas Gerais e político brasileiro que ocupou a presidência da República do Brasil entre 1956 e 1961.
[19] ARAGÃO, J. Guilherme de — Brasília e o soerguimento econômico. Brasília, Ano 2, N° 21 (setembro 1958) p. 12-15.
[20] Módulo. Rio de Janeiro, N° 11 (dezembro 1958). Ver http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=006173&pagfis=1237 [Consult. em 22-09-20].
[21] Brasilia. Architectural Review. Vol. 125, N° 745 (fevereiro 1959). Ver https://rndrd.com/n/951 [Consult. em 22-09-20].
[22] “Beyond these government offices, just off the main axis, will be the cathedral, again already designed though no starting-date has been fixed”. In RICHARDS, J.M. — Brasilia Architectural Review [revista], vol. 125, N° 745 (fevereiro 1959), p. 102 Disponível em: https://www.architectural-review.com/archive/ar-archive-brasilia/8607275.article [Consult. em 06-05-20].
[23] Catedral. Acrópole. Ano 22, N° 256 (fevereiro 1960), p. 87-89. Disponível em: http://www.acropole.fau.usp.br/edicao/256 [Consult. em 06-05-20].
[24] Módulo. Rio de Janeiro, N° 11 (dezembro 1958). Ver http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=006173&pagfis=1263 [Consult. em 22-09-20].
[25] Fundação Oscar Niemeyer. Ver http://www.niemeyer.org.br/obra/pro078 [Consult. em 22-09-20].
[26] GORDON, Katerina – The Construction of Brasilia, photos by Marcel Gautherot [A 55 años de su fundación: Brasilia en construcción por Marcel Gautherot]. ArchDaily (06 dezembro 2012). Disponível em:https://www.archdaily.com/303639/the-construction-of-brasilia-photos-by-marcel-gautherot/5091843a28ba0d4a480001ce-brasilia-construction-marcel-gautherot-16-jpg [Consult. em 22-09-20].
[27] Niemeyer: poesia em concreto armado. Manchete. Rio de Janeiro (30 abril 1960) pp. 80-81.
[28] Manchete. Rio de Janeiro (30 abril 1960). Ver http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=004120&pagfis=33171 [Consult. em 22-09-20].
[29] Fundação Oscar Niemeyer. Ver http://www.niemeyer.org.br/desenho/gravuras [Consult. em 22-09-20].
[30] Para mais informações ver:
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=238&evento=3
http://www.museuvirtualbrasil.com.br/museu_brasilia/modules/news3/article.php?storyid=24
Para ouvir a obra: https://www.youtube.com/watch?v=MEPwD_R5Tkw [Consult. em 06-05-20].
[31] https://pcb.org.br/portal2/3982/oscar-niemeyer-uma-legenda-comunista-para-a-historia/ [Consult. em 12-02-20].