Maria Cecilia Angelelli
ceciliaangelelli@gmail.com
Student of Architecture at Politecnico di Milano | Erasmus in Aires Mateus atelier Da/UAL 2022
Vittoria Pizzol
vittoria.pizzol01@gmail.com
Student of Architecture at IUAV di Venezia | Erasmus in Aires Mateus atelier Da/UAL 2022
Para citação: ANGELELLI, Maria Cecilia; PIZZOL, Vittoria – “Diffidate da tutto quello che leggete qui” O Campo . O Futuro. Estudo Prévio 21. Lisboa: CEACT/UAL – Centro de Estudos de Arquitetura, Cidade e Território da Universidade Autónoma de Lisboa, 2022, p. 48- 60. ISSN: 2182-4339 [Disponível em: www.estudoprevio.net]. DOI: https://doi.org/10.26619/2182-4339/21.3
Artigo recebido a 30 de junho de 2022 e aceite para publicação a 3 de agosto de 2022.
Creative Commons, licença CC BY-4.0: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
‟Diffidate da tutto quello che leggete qui”
O campo. O futuro.
Resumo
Rem Koolhaas é um arquitecto neerlandês, fundador do atelier OMA e do AMO, o braço de investigação do atelier, que actua em áreas que vão para além do domínio exclusivo da arquitetura Countryside: The Future é o projeto de pesquisa que investiga o tema do campo e do seu futuro. Após muitos anos de pesquisa, a exposição foi apresentada oficialmente em fevereiro de 2020 no Museu Guggenheim de Nova York. Através de uma série de histórias, estudos de caso e dados, Koolhaas procura sensibilizar o público para questões importantes para o futuro do planeta, como a urbanização excessiva e o aquecimento global, apresentando o campo como a alternativa. A pesquisa oferece uma visão inédita das áreas rurais do mundo, considerando-as as chaves para um futuro responsável e sustentável. Os dados apresentados são impressionantes mas, apesar disso, quando comparados com as fontes oficiais por ele citadas, parecem vagos, imprecisos ou mesmo alheios à realidade. A partir da comparação dos dados citados por Koolhaas com os dados oficiais e de entrevistas com investigadores envolvidos nas investigações, o artigo tenta dar uma resposta às imprecisões encontradas.
Keywords: Rem Koolhaas, OMA, AMO, campo, sustentabilidade
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Introdução[1]
Rem Koolhaas e Samir Bantal, diretores do AMO, o braço de investigação do atelier OMA, inauguraram a 20 fevereiro de 2020, no Guggenheim de Nova Iorque, os resultados da sua investigação sobre o campo numa exposição intitulada Countryside: The Future. Não se trata de uma exposição científica, artística ou arquitetónica. Trata-se de uma coleção de histórias contadas através de casos de estudo e experiências reais de vida, destinadas a sensibilizar e a aproximar o público de uma realidade alternativa à cidade metropolitana, tal como é conhecida.
Tal como o próprio Rem Koolhaas escreve em Countryside, A report, o objetivo da investigação quanto ao futuro do campo poderia ser resumido da seguinte forma:
«Queríamos recolher provas de uma nova forma de pensar, de novas formas de pagar, de novas formas de cultivar, de novas formas de construir, de novas formas de recordar, de novas formas de explorar, de novas formas de agir, de velhas formas de contemplar e de ser, de novas formas de usar novos meios, de novas formas de possuir, de alugar, de novas formas de proteger, de novas formas de plantar, de novas formas de cultivo, de novas formas de fundir, de novas formas de colher, que estão em curso para além de uma consciência metropolitana.» (KOOLHAAS, 2020: 3) [trad. autores] [2]
Análise dos dados disponíveis
O local escolhido para apresentar esta exposição não é aleatório. O próprio Frank Lloyd Wright projetou, a pedido da atual diretora e curadora Hilla Rebay, um espaço destinado a ser «templo do espírito» para uma «arte não objetiva». O vazio central é explorado pela própria exposição e dir-se-ia que as imagens são inseridas ao acaso com o objetivo de desorientar o espetador. A exposição em si mesma desenvolve-se ao longo de toda a rampa ascendente. As paredes estão inteiramente cobertas de imagens com palavras junto das mesmas, seguindo uma lógica aparentemente desordenada para um visitante ocasional. Koolhaas define o seu ponto de vista como o de um Marciano, um ponto de vista totalmente objetivo e imparcial perante a multitude de informações e ideias.[3]
Nos diapositivos apresentados durante as conferências realizadas um pouco por todo o mundo – como a que teve lugar na Universidade de Harvard no dia 28 outubro de 2015 [4], ou na Melbourne School of Design no dia 3 outubro de 2017 [5]–, disponíveis no sítio oficial do OMA[6], é possível encontrar as fontes consultadas. Porém, estas fontes correspondem a arquivos e bases de dados de grande dimensão, como a UNSTAT (United Nations Statistics), a FAOSTAT (Food and Agriculture Organization Corporate Statistical Database) e a UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization), e Koolhaas não faz qualquer referência específica a um ano ou documento em particular. Torna-se, por isso, difícil chegar aos dados exatos. Não obstante, foi possível verificar diversas imprecisões. O próprio Koolhaas, ao minuto 4:51 da conferência acima referida realizada na Universidade de Harvard, ao apresentar os mapas do mundo acompanhados por aquelas que deveriam ser as percentagens, afirma «desconfiem de tudo quanto lerem aqui».[7]
Figura 1 – Diapositivo relativo à população mundial em 2012. Fonte: sítio oficial do OMA.
Figura 2 – Ficheiro excel da United Nations Population Division, Department of Economic and Social Affairs.
Um dos diapositivos apresentados na conferência diz respeito à população mundial em 2012, com base no sítio da UNSTAT (Figura 1). No entanto, os dados fornecidos por Koolhaas não são de 2012, como referido no diagrama, mas de 2011, o ano anterior (Figura 2)[8]. Esta imprecisão não é muito significativa e parece resultar de um simples e pequeno erro, e a razão poderá residir no facto de 2012 assinalar o ponto de viragem na superação dos 50% de população urbana no total. Todavia, existem outras imprecisões mais significativas.
Na Figura 3, é possível ver um mapa global apresentado por Koolhaas durante o debate UN75 Dialogue, moderado por Rem Koolhaas e Samir Bantal, com «os enormes efeitos do aquecimento global» e citando como fonte oficial dados da NASA recolhidos em fevereiro de 2016. Na apresentação do mapa, Koolhaas refere:
«No mundo atual, observando tantos lugares diferentes distribuídos por tantos continentes, é inevitável traçar um quadro dos efeitos do aquecimento global no mundo neste momento, que é já muito grave, e não é difícil imaginar que se tornará ainda mais grave no futuro. Neste sentido, toda a exposição é um forte incentivo a olhar para este problema de forma mais séria do que para qualquer outro» [trad. autores].[9]
No sítio oficial da NASA encontra-se um mapa interativo (Figura 4) que, para ser obtido, exige a introdução de uma série de parâmetros que Koolhaas nunca chega a especificar [Figura 5]. Trata-se de um mapa que compara a temperatura global de 2016 em relação a um horizonte temporal que pode variar de 1880 até hoje.
Figura 3 – Diapositivo sobre o aquecimento global apresentado por A
Figura 4 – Mapa sobre o aquecimento global publicado no sítio oficial da NASA.
Figura 5 – Tabela com os parâmetros a inserir para obtenção do mapa no sítio oficial da NASA.
Durante a conferência realizada na Universidade de Harvard no dia 28 outubro de 2015, Koolhaas apresentou um gráfico com a percentagem de agricultores no total da população e como esta diminuiu entre 1850 e 2011, passando de 25% para 1,7% (Figura 6). Estes dados citam como fonte a CBS (2011) e Geert Mak (1994), jornalista e ensaísta neerlandês (sem fazer referência a qualquer documento específico). Os dados da CBS não coincidem com os dados fornecidos por Koolhaas. De facto, Koolhaas apresenta uma percentagem de agricultores na totalidade da população de 1,7%, ao passo que a CBS apresenta uma percentagem de 2,9% (Figura 7).
No decurso do debate A UN75 Dialogue, foram apresentados dois diapositivos (Figuras 8 e 9) que explicam e fornecem dados muito precisos sobre as taxas de emprego por setor de atividade na Alemanha rural e urbana. Em cada diapositivo vem referida a fonte (em cima, à esquerda): OECD Rural Policy Reviews, Germany 2007. Ao efetuar uma pesquisa destes mesmos dados no sítio oficial da OECD Rural Policy Reviews, é possível confirmar facilmente que não coincidem no que diz respeito à Alemanha urbana. Verificamos, a partir de gráficos criados para comparar de forma mais direta os dados fornecidos (Figuras 10 e 11), números completamente diferentes que não parecem ter sequer qualquer relação lógica entre si.
Figura 6 – Diapositivo do AMO sobre a percentagem de agricultores na totalidade da população, apresentado durante a conferência realizada na Universidade de Harvard.
Figura 7 – Dados mencionados no sítio da CBS.
Alguns dados diferem ligeiramente, como os que dizem respeito ao setor da indústria alimentar (food industry), que na fonte oficial da OCDE (Figura 11) representa 2,9% da taxa de emprego total, enquanto no diapositivo do AMO representa apenas 2,7% (Figura 9). Diferenças muito mais evidentes podem ser encontradas nos setores dos serviços, especificamente dos serviços profissionais (professional services), que segundo a fonte oficial da OCDE representam 12,6% (Figura 11) e nos dados do AMO surgem com uma percentagem drasticamente superior, de 16,6% (Figura 9). Mesmo os serviços públicos (public services) surgem com uma percentagem significativamente superior: 27,5% nos dados do AMO (Figura 9) comparativamente aos 23,8% nos dados da OCDE (Figura 11).
Estas diferenças são difíceis de compreender. A hipótese que se afigura ao ler e comparar estes dados é a de que o AMO alterou os dados para tornar os factos ainda mais marcantes, fazendo percecionar os números do emprego de forma mais desequilibrada na sua totalidade, aumentando os indicadores laborais que mais se aproximam da totalidade dos empregos que o AMO transforma em 27,5% enquanto diminui, por exemplo, o imaginário associado às zonas urbanas, como os serviços públicos, que representam 24% dos dados sobre a agricultura, que passa de 2% (OCDE) para 1,2% (AMO).
Um dos diapositivos apresentados por Rem Koolhaas durante a conferência de 29 de outubro de 2015 realizada na Universidade de Harvard [Figura 12] mostra a percentagem da população rural mundial que trabalha no campo. Os dados apresentados são citados como sendo da FAOSTAT, mas basta uma comparação direta (Figura 14 e 15) entre esses dados e os da fonte para verificar imediatamente que as percentagens variam de forma significativa. Algumas percentagens aumentam, como as que dizem respeito à Alemanha, para a qual a percentagem fornecida pela FAOSTAT é de 12,60%, ao passo que a do AMO é de 3%, e outras diminuem, como no caso de Madagáscar, em que a primeira apresenta uma percentagem de 12,80%, e o segundo de 51%. Não é claro o motivo e sobretudo o critério segundo o qual alguns números aumentam e diminuem, enquanto outros, como os de Marrocos (38%), mantêm o mesmo valor. Nos dois mapas apresentados, é possível notar diferenças enormes, como as que dizem respeito à Argentina, com uma percentagem de população dedicada à agricultura de 6,40%, segundo a FAOSTAT, percentagem essa que nos dados do AMO se transforma num exageradíssimo 47%, ou ao Brasil, que passa de 11%, segundo a FAOSTAT, para 42%, de acordo com o AMO.
Figura 8 – Diapositivo do AMO relativo à Alemanha rural.
Figura 9 – Diapositivo do AMO relativo à Alemanha urbana.
Figura 10 – Gráfico para comparação dos dados relativos à Alemanha rural. Gráfico criado pelos autores com os dados da OCDE.
Figura 11 – Gráfico para comparação dos dados relativos à Alemanha urbana. Gráfico criado pelos autores com os dados da OCDE.
Aquilo que se torna evidente é a diferença acentuada entre os dados reais e os dados do AMO. Inicialmente, poder-se-ia pensar que se trata apenas de uma imprecisão no ano, como num dos exemplos referidos anteriormente, mas após a pesquisa efetuada não foi possível atribuir os valores a outro ano. Dado que desta vez não existe uma justificação para os valores fornecidos, que divergem amplamente dos oficiais, parece tratar-se de um erro voluntário.
Tal como o próprio Rem Koolhaas afirma no início da conferência de 23 de setembro de 2020 [12], para resolver as temáticas mais relevantes relacionadas com o campo, é necessária uma intervenção do ponto de vista político. Existem duas correntes de pensamento relativas ao futuro do mundo, que são definidas como: half earth e shared planet. A primeira preconiza uma separação clara e total entre cidade e natureza, em que cada realidade se reapropria dos próprios espaços sem qualquer mistura entre as partes. A segunda, pelo contrário, pressupõe um mundo mais unido, onde o elemento rural e urbano se fundem, colaborando entre si. Todos os dados acima referidos tornam clara a propensão do AMO para esta última corrente de pensamento.
Figura 12 – Slide di AMO con le percentuali della popolazione che lavora nel settore agricolo durante la conferenza presso l’Università di Harvard.
Figura 13 – Mapa de comparação com os dados oficiais (FAOSTAT), diapositivo com a percentagem da população que trabalha no setor agrícola. Gráfico criado pelos autores
Figura 14 – Gráfico de comparação entre os dados apresentados pelo AMO e os dados da FAOSTAT. Gráfico criado pelos autores.
Figura 15 – Tabella di paragone tra i dati riportati da AMO e quelli di FAOSTAT. Tabella prodotta dagli autori.
Durante muitos anos, a atenção centrou-se sempre na cidade e na sua população, pelo que atualmente existe um défice de conhecimento no que diz respeito ao campo, que está a mudar verdadeiramente. Koolhaas recorda que o mundo rural é o lugar onde se constrói e acontece tudo o que é demasiado grande, demasiado complexo ou demasiado inseguro para ocorrer numa cidade. Um artigo de Oliver Wainwright publicado no The Guardian relata os comentários de algumas das pessoas envolvidas no projeto, que temem que Koolhaas tenha ido além das suas possibilidades. «É problemático denominá-lo como um projeto de investigação», afirma Charlotte Leib, doutoranda em Yale, que fez parte da equipa de investigação da exposição do AMO em Roterdão durante a primavera de 2018. «Existem milhares de especialistas nesta área e alguns deles foram contactados, mas as suas conclusões foram adaptadas à visão do mundo de Rem» (WAINWRIGHT, 2020).
Na apresentação que Koolhaas faz desta investigação na Melbourne School of Design, falando da qualidade de vida de diversos países, afirma: «Aceitamos o lugar comum, mas infelizmente o lugar comum deu origem a uma atenção quase exclusiva à cidade, à urbanidade […] e levou a que o campo fosse quase sistematicamente menosprezado» [trad. autores][13]. Nestas palavras, encontramos um fio vermelho que une muitos dos pontos relacionados com a modificação dos dados, que se baseiam em algumas opiniões comuns sobre vários países do mundo, evidenciando a grande urbanização nos países do hemisfério norte e a prevalência de zonas rurais a Sul, sobretudo em África, na Índia e na China, como ele próprio afirma ao minuto 10:58 da conferência realizada em Harvard[14]. Esta conceção do mundo apresentada por Koolhaas com esta série infinita de dados permite ver o quanto se inclina para uma visão dual de tudo isso, com grande distinção entre o mundo rural e urbano.
Torna-se claro que para Koolhaas este tipo de futuro não é sustentável, e a leitura mais evidente de todos estes dados incorretos sugere que o seu objetivo seria mostrar de forma ainda mais premente o fosso atualmente existente entre estas duas realidades. Ao fazê-lo, opta pela via do exagero, que suscita mais atenção, em detrimento da fiabilidade da análise científica.
Conclusão
Tal como o próprio Koolhaas afirma no seu livro S,M,L,XL de 1995, «Os média não são mais do que um maravilhoso instrumento para desestabilizar o real e o verdadeiro, a verdade histórica ou política… E a dependência que temos dos média… não resulta de um desejo de cultura, de comunicação e de informação, mas desta perversão da verdade e da falsidade» (OMA; KOOLHAAS; MAU, 1995: 924) [trad. autores][15].
Rem Koolhaas foi o primeiro arquiteto contemporâneo a incorporar no seu trabalho os métodos de comunicação do sistema económico-político dominante. A relação de Koolhaas com os mass media precede a sua carreira de arquiteto. É do conhecimento geral que, antes de estudar arquitetura, trabalhou como jornalista e encenador.
Quando Koolhaas apresenta os seus projetos, visa apenas em parte o elemento essencial destes, concentrando-se sobretudo no processo de realização. Os projetos são apresentados de um modo jornalístico, descrevendo em detalhe eventos específicos e fazendo de cada apresentação uma reportagem.
Analisando o percurso laboral de Koolhaas, é fácil perceber um modus operandi que está patente também neste último trabalho. O exemplo mais notável encontra-se em Content, livro publicado pelo arquiteto em 2004 que parece não fazer qualquer referência ao conteúdo verdadeiro e próprio do texto, mas desvia a atenção para o meio: o livro-metáfora.
No interior do livro, as páginas são extremamente densas, e uma única página pode conter tantos dados diversos e uma tal quantidade de informação que o resultado se assemelha a um blob. Nestes casos, a complexidade visual é tal que exige uma análise atenta de cada informação presente na página para ser compreendida, ou simplesmente não se destina a ser compreendida, mas a ser consumida como imagem. O trabalho na sua globalidade pode ser descrito como uma massa amorfa composta por fragmentos de arquitetura, urbanismo, sociologia, história, política, economia e tecnologia. O choque e a provocação são duas estratégias comunicativas de base presentes no trabalho de 2004, que também se encontram em Countryside: The Future.
O conteúdo e o objetivo da exposição de Koolhaas não se baseiam num raciocínio linear. A narração é interrompida, a sua estrutura assemelha-se a uma rede desprovida de hierarquia. A escolha de Koolhaas é claramente uma escolha consciente que parece ser quase um comentário sobre a apatia que a sobrecarga de informação provocou no homem moderno.
Bibliografia
AMO; KOOLHAAS, Rem – Countryside, A report. Colonia: Taschen, 2020.
OMA, KOOLHAAS, Rem, MAU, Mau – S,M,L,XL. New York: The Monacelli Press, 1995.
KOOLHAAS, Rem – Content. Colonia: Taschen, 2004.
KOOLHAAS, Rem – Delirious New York: A Retroactive Manifesto for Manhattan. New York: Oxford University Press, 1978.
KOOLHAAS, Rem – La Architectura de las publicaciones: Conversación entre Beatriz Colomina y Rem Koolhaas. El Croquis, p. 134-135: AMO/OMA Rem Koolhaas.
KOOLHAAS, Rem – Rem Koolhaas: conversaciones con estudiantes. Barcelona: Gustavo Gili, 2002.
ROBERTSON, Helen – The Architecture of the Photograph. Mosaic: An Interdisciplinary Critical Journal, Vol. 37, n.º 4. University of Manitoba, December 2004, p. 203-213.
FOTEINOPOULOS, Tryfon – Constructing The Image: Le Corbusier – Rem Koolhaas. Architecture through Media, Marketing & Political Communication. Supervision of Pavlos Lefas, University of Patras, Polytechnic School, Department of Architectural Engineering, Academic Year 2007-2008.
WAINWRIGHT, Oliver – The countryside is where the radical changes are. The Guardian, London, 11th February 2020. Disponível online: https://www.theguardian.com/artanddesign/2020/feb/11/rem-koolhaas-rural-countryside-the-future-guggenheim
Outros recursos
A UN75 DIALOGUE IN PARTNERSHIP WITH GUGGENHEIM – Countryside. The Future, 23rd September, 2020. [Consultado em maio de 2022]. Disponível online: https://www.youtube.com/watch?v=MMWYOb5ZzAw
CBS – Open data StatLine. Disponível online: https://opendata.cbs.nl/statline/portal.html?_la=en&_catalog=CBS&tableId=82805ENG&_theme=1217
MELBOURNE SCHOOL OF DESIGN – MTALKS, Rem Koolhaas and David Gianotten on the Countryside, 3rd October, 2017. [Consultado em maio de 2022]. Disponível online: https://www.youtube.com/watch?v=F4KGYWz0Ymw&t=132s
FAOSTAT – Food and Agriculture Organization Corporate Statistical Database. Disponível online: https://www.fao.org/faostat/en/#home
HARVARD GSD – Rem Koolhaas lecture on the Countryside, 29th October 2015. [Consultado em maio de 2022]. Disponível online: https://www.youtube.com/watch?v=shVxB6wRHo0&t=1543s.
NASA – National Aeronautics and Space Administration. Ver a este propósito: https://data.giss.nasa.gov/gistemp/maps/#inputelements
OMA – Office for Metropolitan Architecture. Lectures, Countryside. Rem Koolhaas 2012. [Consultado em maio de 2022]. Disponível online: https://oma.eu/lectures/countryside.
UNSTAT – United Nations Statistics. Disponível online: https://unstats.un.org/home/
Notas
[1] O presente artigo foi desenvolvido no âmbito da unidade curricular Teoria e História da Arquitetura e da Cidade II, coordenada por Marta Sequeira no ano letivo 2021-2022, do Mestrado integrado em Arquitetura da Universidade Autónoma de Lisboa, com base numa primeira pesquisa realizada no ano precedente pelos alunos Anne Mota e Kelvin Silva.
[2] “What we wanted to collect is evidence of new thinking, new ways of paying, new ways of cultivating, new ways of building, new ways of remembering, new ways of exploring, new ways of acting, old ways of contemplating and being, new ways of using new media, new ways of owning, renting, new ways of protecting, new ways of planting, new ways of farming, new ways of fusing, new ways of harvesting, that are taking place beyond a metropolitan consciousness […]” (AMO; KOOLHAAS, 2020: 3).
[3] «(…) RK told me when we began working together that his mentor had taught him to ‘approach every situation like a Martian, completely foreign and amazed, and write it all down deadpan.’ The countryside has long – always? – been chock-full of experts, overflowing with opinions, flooded by interpretations. But Martian strategy is necessarily unimpressed. Even the duly-picked-over can be a rich harvest. Calling it ignored is not ignorant, it’s strategic. It’s an opening.»
«(…) Quando começámos a trabalhar juntos, RK disse-me que o seu mentor o havia ensinado a ‘enfrentar cada situação como um Marciano, com um olhar completamente alheio e surpreendido, e a escrever tudo de forma muito clara’. O campo é há muito (talvez desde sempre?) um tema abordado por uma miríade de especialistas, inundado de opiniões e interpretações. Mas a estratégia marciana é necessariamente indiferente. Qualquer elemento, se bem colhido, pode revelar a sua riqueza. Não se trata de ignorância, mas de ignorar. É estratégico. É uma abertura’.» (AMO; KOOLHAAS, 2020: 14) [trad. autores].
[4] Disponível online: https://www.youtube.com/watch?v=shVxB6wRHo0 [consultado em maio de 2022].
[5] Disponível online: https://www.youtube.com/watch?v=F4KGYWz0Ymw [consultado em maio de 2022].
[6] Ver a este propósito: https://www.oma.com/lectures/countryside [consultado em maio de 2022].
[7] «This is the territory of the city to — sorry. This is 2% of the territory — sorry. Disbelieve everything you read here». Ver, sobre este argumento, a nota 2.
[8] Ver a este propósito: https://population.un.org/wpp/Download/Standard/Population/ [consultado em maio de 2022].
[9] «In the world right now by looking at so many different places in an distributed over so many different continents we inevitably also draw a picture of the effects of global warming on the world right now, right now is already very serious and it’s not very difficult to imagine that it will become much more serious in the future and in that sense the whole exhibition is a very strong incentive to take this issue perhaps more seriously than any other issue.» Rem Koolhaas durante a videoconferência A UN75 Dialogue in partnership with The Guggenheim, do min. 5:52 ao 6:26 [consultado em maio de 2022].
Disponível online: https://www.youtube.com/watch?v=MMWYOb5ZzAw
[10] Ver a este propósito: https://www.oecd-ilibrary.org/urban-rural-and-regional-development/oecd-rural-policy-reviews-germany-2007_9789264013933-en, em particular a tabela da p. 61.
[11] Ver a este propósito: https://www.fao.org/faostat/en/#data/OEA
[12] Countryside, The Future, A UN75 Dialogue in partnership with The Guggenheim [consultado em maio de 2022]. Disponível online: https://www.youtube.com/watch?v=MMWYOb5ZzAw
[13] «Let’s accept the cliche but unfortunately the cliche has given rise to an almost exclusive focus on cities on urbanity […] and has led almost systematically to neglect of weather you called it countryside». Rem Koolhaas durante a conferência realizada na Universidade de Harvard, min. 24:47 [consultado em maio de 2022].
Disponível online: https://www.youtube.com/watch?v=shVxB6wRHo0.
[14] Ver, sobre este argumento, a nota 3.
[15] «The media are nothing else than a marvelous instrument for destabilizing the real and the true, all historical or political truth… And the addiction that we have for the media… is not a result of a desire for culture, communication, and information, but of this perversion of truth and falsehood.» (OMA; KOOLHAAS; MAU, 1995: 924).